Strava Metro ajuda a identificar tráfego de bicicletas na cidade de São Paulo

Estudo da Ciclocidade, em parceria com a Secretaria de Mobilidade e Trânsito (SMT) e a CET, avalia como grandes cidades do mundo estabeleceram metas climáticas que reconhecem o papel deste meio de locomoção como agente transformador

De olho no Plano de Ação Climática do Município de São Paulo, dados do Strava Metro foram utilizados em um novo estudo sobre o tráfego de bicicletas na maior cidade do País. A pesquisa Monitoramento de Viagens em Bicicleta: Uma Proposta para a Cidade de São Paulo é realizada pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), em parceria com a Secretaria de Mobilidade e Trânsito (SMT) e com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

A plataforma Strava Metro usa dados das atividades dos usuários do aplicativo para ajudar planejadores de transporte, governos municipais e defensores de infraestrutura segura a construir trajetos melhores para qualquer pessoa a pé ou de bicicleta.

Publicado em 2021, o Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050 (PlanClima) estabelece como meta que 4% do total de viagens realizadas na capital paulista sejam realizadas em bicicleta até o ano de 2030. O salto, significativo, corresponde a cerca de cinco vezes o patamar registrado pela Pesquisa Origem e Destino 2017. Embora faça contagens de ciclistas desde 2014, a cidade de São Paulo ainda não é capaz de responder, com periodicidade adequada, se a quantidade de viagens em bicicletas nas ruas está aumentando.

O planejamento da pesquisa partiu de uma revisão da literatura relacionada à criação de modelos que buscam estabelecer uma correlação entre dados do Strava e dados de contagens de ciclistas. Em São Paulo, esses dados são gerados pela CET.
 

O primeiro passo foi compreender como grandes cidades do mundo, do porte da capital paulista, estabeleceram metas climáticas que reconhecem o papel da bicicleta como agente transformador e como estimam o aumento desejado de viagens neste modo de transporte.

Paralelamente ao levantamento de métodos internacionais, os esforços focaram em criar modelos estatísticos locais capazes de estimar com alguma confiança as tendências observadas nas ruas.
 

A pesquisa foi conduzida entre o segundo semestre de 2021 e junho de 2022 pela Ciclocidade, em conjunto com a equipe do Departamento de Pesquisas e Simulações de Tráfego (DPT) da CET e da assessoria técnica da Secretaria Municipal de Transportes (SMT), tendo o acompanhamento de parceiros do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP). Todas as modelagens matemáticas foram realizadas por mulheres.
 

A segunda parte da pesquisa usou os dados do Strava Metro, com o objetivo de estimar o total de viagens de ciclistas transitando em vias da cidade de São Paulo tendo como base a mesma janela temporal das 7h-10h e 17h-20h.

“A pesquisa mostrou que é possível usar os dados do Strava Metro em combinação com os dados da CET para ajudar no planejamento da mobilidade urbana. Além disso, evidenciou a necessidade de expandir as contagens da CET para as regiões mais periféricas da cidade. Só assim será possível aperfeiçoar os modelos estatísticos e ter uma visão completa da cidade”, afirma Tainá Souza Pacheco, pesquisadora associada da Ciclocidade.
 

O Strava Metro utiliza milhares de dados agregados e não identificados do Strava para ajudar planejadores de transporte e governos municipais a construir áreas seguras para ciclistas e pedestres. A missão do Metro é contribuir para que as pedaladas, corridas e caminhadas nas cidades sejam melhores. O conjunto de informações da plataforma exclui todas as atividades que foram tornadas privadas pelos usuários, além daquelas relacionadas às contas deletadas.