Conheça os Prós: Emma Pallant
Pela primeira vez trazemos uma triatleta para o Conheça os prós. A entrevistada de hoje é a fisioterapeuta, coach e triatleta profissional Emma Pallant. Com vitórias no Ironman 70.3 Barcelona, Cascais 70.3, Staffordshire 70.3 e Mundial de Duathlon no currículo, ela nos contou como tem adaptado sua rotina na pandemia e seus planos de corrida para os próximos meses.
RCS: Como foi sua mudança de corrida cross-country para o triathlon?
EP: Em 2012 eu estava ainda tentando me recuperar de uma lesão e por conta de uma cirurgia no joelho, comecei a nadar e pedalar muito. Kelly Holmes estava me treinando naquela época e no final de 2012, ela me colocou para participar do London Triathlon, onde acabei alcançando o grupo da elite e partir daí não parei mais. Era um enorme desafio, eu fiquei muito atrás na natação mas consegui correr para chegar na 6ª posição. O triathlon foi o alívio que eu precisava para o meu joelho, mas ainda sendo um difícil, mas excelente desafio.
RCS: Ironman 70.3 World Championships na Nova Zelândia foi cancelado, assim como várias outras provas, forçando uma mudança de planos para a maioria dos atletas. Como será a temporada 2020 para você em termos de provas?
EP: É muito difícil prever no momento o que estará pela frente, mas temos ficado em nossa casa em Johanesburgo treinando em altitude, trabalhando com nossos atletas online e fazendo sessões bem fortes a cada três semanas seguidas de uma semana aeróbica de recuperação para continuarmos progredindo até as provas começarem a acontecer.
RCS: Como você está adaptando seus treinos e quais desafios você precisará enfrentar quando a pandemia acabar?
EP: A natação é sempre a parte preocupante porque não é meu forte e quando parei de nadar, senti que tinha muito mais energia e vi minha corrida e ciclismo melhorarem. Portanto, voltar a nadar é um desafio, porque não há piscinas abertas agora e as águas abertas aqui estão 9 graus! Apesar disso, temos feito academia e estamos dispostos a pular na piscina e trabalhar duro assim que elas reabrirem.
RCS: Você segue uma rotina diária que possa compartilhar conosco?
EP: Meus dias e semanas realmente variam, mas um dia típico em lockdown seria uma corrida dura pela manhã, uma bike no meio do dia e uma sessão de yoga à noite. No dia seguinte trocaria para uma bike difícil pela manhã, seguida de uma corrida longa à tarde e trabalho de mobilidade à noite.
RCS: Você recentemente venceu o Ironman VR4 e VR9 (virtual race). Qual a sua opinião sobre corridas virtuais?
EP: Acho que corridas virtuais são uma ótima forma de continuar fazendo força. Todos pedalando no rolo e com a calibragem correta é a forma mais justa de se correr online e dá a todos a oportunidade de fazer força, estabelecer novos recordes pessoais e competir à distância. Eu definitivamente penso que existe espaço para as corridas virtuais e tenho aproveitado muito as que eu fiz. Eu amo o jeito como você pode se esforçar porque é só você e o rolo, é potência crua, quase nenhuma tática, sem natação antes, sem habilidade de pilotagem, é apenas entrar em um lugar fundo e obscuro de dor e esforço.
RCS: Você planeja correr a distância full do Ironman novamente em um futuro próximo?
EP: No momento estou focada no 70.3 e quero vencer o Mundial de Duathlon novamente porque tenho realmente gostado dos treinos de bike e corrida e também de ter voltado às provas de ciclismo e de corrida antes do lockdown. Mas com certeza haverá tempo de retomar o foco ao Ironman novamente depois que fizer o que quero nas provas de 70.3.
RCS: Como você está lidando mentalmente e fisicamente com estes tempos difíceis? Você adquiriu novos hobbies?
EP: Nos tornamos noivos logo antes do lockdown, portanto temos tentado planejar o casamento, tenho feito mais sessões de treino online com meus atletas e transformado nossa pain cave um pouco em uma balada. Temos nos divertido muito e tem sido muito bom ter tempo de qualidade juntos, então tenho olhado pelo lado positivo das coisas.
RCS: Finalmente, que mensagem você gostaria de deixar para aqueles que estão começando no triathlon?
EP: Treine inteligente! Muitas pessoas pensam que são três esportes e por isso seria três vezes o tempo de treinamento, mas você não pode treinar como um corredor, como um ciclista ou como um nadador puro. Você precisa identificar pontos específicos e enfatizar eles nos treinos. Também não treinar em excesso e comprometer a qualidade dos treinos, porque a qualidade que vai te levar ao próximo nível. Através de um treinador é possível alcançar isso, pois o atleta terá a planilha personalizada, que se encaixa na vida dele e que permite aproveitar ao máximo daquele que é um esporte maravilhoso.
Nome: Emma Pallant
Idade: 30
Mora em: Johanesburgo/Londres
Nascida em: Londres
Altura: 177cm
Peso: 59kg
Corrida favorita: Ironman 70.3 Barcelona.
Comida favorita: Bolo de frutas da mãe.
Objetivos atuais: Podium no Mundial 70.3, vencer o Mundial de Duathlon.
Momento embaraçoso: Fiz uma live no Zoom enquanto Jaryd (o noivo) estava competindo no Zwift e também quando preciso colocar um top seco depois das corridas.
O que você faria da vida se não fosse atleta? Eu me formei em fisioterapia e quando era corredora de elite estava trabalhando como fisioterapeuta esportiva, então provavelmente voltaria para essa carreira ou me tornaria treinadora full-time.
Melhor resultado em prova: DNF Kona.
Corridas mais importantes que esteve: Mundial de Duathlon, Mundial 70.3, Campeonatos Mundial e Europeu de Cross-Country, Mundial de Track & Field, World Youth Games.
Patrocinadores: Team-BMC-Vifit, Aftershockz, Hoka One One, Precision Hydration.
Bike
1. Quadro: BMC
2. Pneus: Vittoria
3. Rodas: DT Swiss
4. Freios: Vision
5. Pedivela/cassette: FSA
6. Ciclocomputador: Polar
7. Medidor de potência: FSA
Entrevista: Anaísa Marques
Anaísa é veterinária, mestre em biologia animal, triatleta amadora e tem diabetes tipo 1. Ao longo de muitos anos, aprendeu como fazer para o esporte deixar a diabetes mais fácil.
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