Usar ou não usar pneus de road com saída de água?
Escolher pneus para usar no ciclismo de estrada é uma tarefa difícil, pois aparentemente eles não variam tanto iguais aos de MTB – exceto pelo fato de que alguns são totalmente lisos e outros possuem sulcos aparentes
Um tema infinito é a escolha de pneus. Seja no asfalto ou na terra, modalidades competitivas ou não, sempre temos dúvida do que escolher, mesmo quando já somos pessoas experientes no mundo da bike.
Não temos a necessidade de usar fielmente sempre o mesmo pneu, pois as condições do nosso pedal sempre mudam. Além disso, a cada pneu que fica velho e precisa ser trocado, temos a oportunidade de fazer uma nova escolha de pneus, ainda melhor do que a feita anteriormente alguns meses atrás.
No road, a dúvida é ainda mais complexa, pois não vemos muitos fatores aparentes. Depois que escolhemos a medida dos pneus (assunto que podemos falar outro dia), nos resta algumas escolhas “invisíveis a olho nu”, como como composto da borracha, resistência, durabilidade etc.
Fora isso, temos que debater o item mais “visível” dos pneus de road: as saídas de água que eles levam. Por que nem todos os modelos tem saídas de água?
A resposta varia com itens que já estamos acostumados a discutir. Vamos aos pontos:
- Coeficiente de atrito com o asfalto
Aqui, temos que entender que, quanto maior for a área de contato do pneu com o solo, maior será o coeficiente de atrito com o asfalto. Em outras palavras, maior será o grip. Nesse caso, o pneu liso tem uma área de contato maior, e em condições secas, em comparação com o pneu que possui sulcos, apresenta de fato uma área de contato um pouco maior.
- Grip reverso em situação de chuva
Em situações de chuva, a lógica que explicamos acima fica invertida. Uma área de contato com o solo maior continua sendo benéfica, mesmo para os dias de chuva, até por isso os pneus mais largos e com calibragem mais baixa são ótimos para esses dias. O que acontece nesses casos é que, a água pode cortar esse contato do pneu com o asfalto, em uma espécie de aquaplanagem – fenomeno que todos ja devem ter experimentado ao dirigir um carro em chuvas fortes. Na bike, a aquaplanagem se resume à um tombo rápido e cruel durante uma curva no asfalto molhado.
Por isso, as ranhuras do pneu são importantes: eles drenam a água que ficaria entre o pneu e o asfalto, deixando tudo mais seguro, apesar de ter uma área de contato ou pouco menor.
- Composto da borracha
Os pneus que possuem ranhuras são de fato pneus feitos para chuva, enquanto os pneus sem ranhuras são feitos somente para situações secas. Sendo assim, faz total sentido que os pneus feitos para chuva (os com ranhuras) utilizem borrachas mais macias, enquanto os pneus sem ranhuras utilizam borrachas mais duras.
Utilizar uma borracha dura na chuva pode ser suicídio, principalmente pensando em lugares frios, onde a deformação da borracha vai ser ainda menor, tornando tudo mais perigoso. É necessário que a borracha se deforme, preenchendo as micro-irregularidades do asfalto, tornando assim bem seguro o contato com o chão. A chuva naturalmente preenche essas micro-irregularidades (tanto do pneu quanto do asfalto), deixando tudo tão liso quanto o atrito de “vidro no vidro”.
Sendo assim, nos dias de chuva precisamos de uma borracha mais macia, uma calibragem mais baixa (para maior deformação) e principalmente, ranhuras para saídas de água.
O pneu com raunhuras pode rodar com total segurança em dias secos, só havendo o prejuízo de uma leve perda de velocidade e uma área de contato um pouco menor – prejuízo praticamente irrelevante e não perceptível para os mortais.
Mas o pneu sem ranhuras pode ser um problema de segurança caso comece a chover durante o seu pedal, principalmente se ele carregar as características de uma borracha mais dura.
A escolha depende basicamente de quanta chuva tem por onde você pretende pedalar. Considere tambem a possibilidade de poças de água e sujeiras que aparecem no caminho, pois isso tambem vai exigir um pneu com frisos de saída de água.
Abraços e bons pedais!
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