Strava aponta que brasileiros estão se deslocando mais de bicicleta
Dados levantados pelo Strava Metro em sete cidades do país apontam para a retomada dos deslocamentos não motorizados
Em um levantamento feito pelo Strava Metro, a principal plataforma global sobre deslocamento em transporte não motorizado e que faz parte do Strava, seis de sete capitais de estados brasileiros pesquisadas tiveram crescimento no número de deslocamentos feitos de bicicleta em 2021, quando comparado com 2019, ano anterior à pandemia e as medidas de isolamento social. O Strava é a maior comunidade esportiva do mundo, com mais de 90 milhões de atletas. Além de compartilhar atividades físicas, é possível registrar seus deslocamentos a pé, correndo ou de bicicleta. O Metro agrega, anonimiza e contextualiza esse conjunto de dados para ajudar a tornar as cidades um lugar melhor para quem vai a pé ou de bicicleta.
Há um ano a plataforma passou a ser gratuita e seu impacto nas comunidades foi substancial, assim como seu crescimento. No período, o número de parceiros que usam a ferramenta para aprimorar sua infraestrutura de mobilidade urbana em todo mundo saltou de 50 para 1.575. Paris, na França, construiu 52 km de novas ciclovias durante a pandemia e ainda vai adicionar outros 130 km de novas pistas exclusivas, além de 130 mil vagas de estacionamento para bicicletas.
Por aqui, o Grupo CCR é a primeira empresa a utilizar os insights do Strava Metro para aprimorar as estruturas viárias para os ciclistas no Brasil. “O Grupo CCR está formando uma equipe para enfrentar os principais desafios de como levar mais segurança viária aos ciclistas. Nosso objetivo é desenvolver rotas alternativas mais seguras para os ciclistas”, afirma Fábio Russo, presidente da CCR INFRA SP. “O Strava Metro nos permitirá entender o fluxo e o caminho que os ciclistas percorrem atualmente, ao deixar as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Jundiaí, principalmente no entorno das rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castello Branco e Raposo Tavares. É um conjunto de dados único”, complementa.
Deslocamentos de bike crescem na maioria das cidades analisadas
Para celebrar este primeiro ano desde que virou gratuita, a ferramenta trouxe dados interessantes sobre o crescimento do deslocamento via bicicleta. Curitiba foi a capital avaliada com o maior aumento neste cenário, quando comparado a 2019, ano pré-pandemia, com crescimento de 31%. Rio de Janeiro (+25%), Porto Alegre (+24%), Brasília (+21%), Belo Horizonte (+20%) e Florianópolis (+16%) também registraram crescimento nos deslocamentos em relação há dois anos. Já a maior cidade do país, São Paulo, teve uma diminuição de 10%, mostrando que a capital ainda sofreu neste ano algum impacto relativo às medidas de distanciamento social e restrição de abertura econômica, por exemplo.
Quando comparamos ao ano passado, em que muitas cidades tiveram grandes restrições de movimentação de pessoas, o maior aumento nos deslocamentos de bike aconteceu em Porto Alegre, com crescimento de 56%, quando analisamos as atividades realizadas entre janeiro e setembro. Rio de Janeiro (+44%) e Belo Horizonte (+42%) também se destacaram, neste sentido, e até São Paulo viu o número crescer, na ordem de 27%.
Com dados como estes citados acima, o Strava Metro capacita os tomadores de decisões para construir cidades com infraestrutura mais inteligente, fornece informações valiosas para agregar percepções de mobilidade muitas vezes não identificadas. Isso permite um planejamento urbano mais inteligente. O Strava acredita fortemente que as pessoas são os “veículos autônomos originais” e que o futuro das cidades são pessoas se deslocando por conta própria.
Mais deslocamentos a pé ou de bike, menos emissões de CO2
Recentemente, a ONU divulgou um relatório que constatou que os seres humanos têm acelerado rapidamente os efeitos negativos das mudanças climáticas em nosso planeta. O mundo aqueceu cerca de 1,1 grau Celsius desde o século 19; a concentração de dióxido de carbono na atmosfera é maior do que em qualquer momento nos últimos dois milhões de anos; e as condições climáticas extremas, como grandes secas e ondas de calor severas, continuarão a piorar por pelo menos os próximos 30 anos.
A boa notícia é que se começarmos a fazer as mudanças certas, podemos iniciar a diminuição do nosso impacto negativo no clima – e de acordo com a Pew Research, 80% das pessoas estão dispostas a mudar a maneira como trabalham e vivem para ajudar o meio ambiente. Neste sentido, o Strava Metro está se tornando cada vez mais valioso quando mergulhamos a fundo na questão da crise climática global. Afinal, quanto mais as pessoas se deslocam por conta própria, mais as emissões de gases são reduzidas e melhor fica a qualidade do ar.
O Strava calcula que, somente com os deslocamentos de bicicleta contabilizados nas sete cidades avaliadas, os brasileiros estão salvando ou economizando cerca de 20% a mais de CO2 em relação a 2019 e cerca de 30% a mais do que no ano passado. Números que provam que os deslocamentos não motorizados podem ajudar e muito no futuro do planeta.
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