MTB Festival: Henrique Avancini e Raiza Goulão vencem o Brasileiro de Cross Country Olímpico (XCO)
A segunda edição do MTB Festival, realizado no Instituto Mairiporã-SP, recebeu neste sábado (31) a decisão do Campeonato Brasileiro de Mountain Bike XCO – Cross Country Olímpico, em que foi definido o terceiro e último título nacional da competição na elite. Entre os homens, o troféu de campeão ficou com o número 1 do mundo, Henrique Avancini (Cannondale Factory Racing). Na disputa feminina, Raiza Goulão (Corinthians Audax Bike Team) sagrou-se a campeã de 2020 da modalidade olímpica.
A elite masculina teve Henrique Avancini e José Gabriel Marques (Corinthians Audax Bike Team) duelando pela vitória do começo ao fim. Após concluirem juntos a primeira volta, Avancini teve um problema mecânico (furo de um pneu) e parou na feed zone (área de apoio), perdendo preciosos segundos. Assim, para conseguir chegar em Zé Gabriel, vice-campeão nacional, o ciclista de Petrópolis-RJ teve que acelerar para conseguir voltar a liderança a duas voltas do fim e conquistar seu 17º título nacional – 15 de XCO, um de XCC (Short Track) e um de Maratona (XCM). Luiz Cocuzzi (Lar) completou o top 3 no pódio.
“Quando são as férias? Estou precisando”, brincou Avancini. ” O dia foi duro.Teve muita emoção. Estou feliz porque é uma honra conquistar o título nacional. Não apenas pela vitória, mas por ter o direito de carregar a bandeira do brasil nos eventos internacionais. É bastante simbólico e estou bastante aliviado. A carga dessas provas no Brasil para mim é bem maior. Parece que se eu não ganhar, eu não tive boa performance. E não é assim porque os adversários também se preparam bem, ainda mais quando vale um título nacional. Não é fácil me manter motivado e em boa forma. E também não foi fácil hoje, principalmente pela temporada e por ter um furo de pneu”, disse Avancini.
No fim, Henrique Avancini foi campeão com o tempo de 1h15min45, apenas 18 segundos à frente de José Gabriel Marques.
“Sabia que eu tinha que pressionar o Avancini desde o começo e tirá-lo da zona de conforto. Consegui apertar ele e ele acabou errando, furando o pneu em uma região com pedras da pista. Porém, não observei que ele havia furado e fizemos a trilha juntos, só percebendo o fato quando ele parou no ponto de apoio para trocar a roda. Quando você tem 1% de chance você tem que arriscar. Tentei, dei meu máximo para ele não chegar descansado perto de mim. Ele atacou em uma parte onde eu sofria mais do que ele. Tive cabeça, mas sabia que tirar 10 segundos do Henrique é difícil. Estou muito satisfeito com minha colocação”, avaliou Zé Gabriel.
Último ciclista a conseguir vencer um título nacional de XCO na elite diante de Henrique Avancini na elite (o petropolitano havia sido campeão da categoria em 2013, 2015, 2016, 2018 e 2019), o paulistano Luiz Cocuzzi, vencedor em 2017, completou em terceiro, cerca de 5 minutos atrás de Avancini.
“Essa prova para mim foi na raça. Semana passada tive um aperto físico e passei muito mal. Me poupei e não participei do Short Track, para sobrar fôlego para o XCO. Consegui um lugar no pódio, mas foi bem longe da minha performance”, relatou Cocuzzi.
Elite feminina
Na disputa entre as mulheres, a goiana Raiza Goulão liderou do começo ao fim para garantir seu tetracampeonato na elite em 1h25min29. Porém, durante toda a prova ela teve a perseguição da mineira Letícia Cândido (Specialized Racing BR) e da cearense radicada em Minas Gerais, Hercília Najara (TSW Racing Team), que completaram em 1h26min33 e 1h27min53, respectivamente. Se após 40 minutos de prova Raiza conseguiu sua maior diferença para a principal perseguidora, Letícia, com 24 segundos à frente, coube a campeã brasileira de 2019 tentar buscar a goiana nas últimas duas voltas, chegando a baixar para 17 segundos, porém sem ter êxito ao final.
“O Brasileiro de XCO em 2019 foi em condições totalmente diferentes para mim. Tive que brigar contra o meu próprio corpo naquele ano. Agora, estou retomando aos poucos, com a cabeça mais madura. Fiz uma corrida diferente hoje (sábado) aqui em Mairiporã, porque às vezes mesmo não estando na sua melhor performance, fazer uma boa estratégia pode ser a diferença. Estou muito feliz com meu quarto título na elite e em poder voltar a usar a camiseta de campeã nacional. Devo isso a toda minha equipe multidisciplinar que está comigo desde o ano passado me dando todo suporte”, vibrou Raiza Goulão.
Mesmo não repetindo o resultado de 2019, quando venceu o Brasileiro de XCO e ainda garantiu os títulos de Short Track e Maratona, Letícia Cândido comemorou seu resultado.
“Estou muito feliz com minha medalha de prata. Depois de tudo que passei neste ano, para mim é um mérito pessoal muito grande e estou bastante contente. Quero dedicar essa prata a todas as mulheres que vieram competir no Brasileiro e se desafiaram aqui. O percurso era realmente duro e a chuva deixou ele mais desafiador. Parabéns para a mulherada que veio e enfrentou. Estamos de parabéns”, enalteceu Letícia.
Em seu segundo ano disputado o Brasileiro de XCO, Hercília Najara garantiu outro lugar no pódio, evoluindo da quinta para a terceira colocação da temporada anterior para a de 2020. “Foi maravilhoso. Todos do evento tiveram muita determinação para construir essa pista, que fez a alegria de nós competidores. As condições que tivemos, com chuva aqui durante os últimos dois dias, são as que eu gosto. Quanto mais difícil, melhor. Quanto mais água, mais preciso evoluir. Quanto mais técnica ela é, mais vejo que preciso melhorar. Tem que ter paciência no processo. Estou muito feliz”, disse Hercília.
Categorias de base
Além das disputas das elites, também estiveram em jogo os títulos das categorias de base do mountain bike XCO neste sábado. Os campeões nas disputas foram: Henrique Bravo e Angelina Santos (infanto-juvenil), Lázaro Moreira e Luiza Cocuzzi (juvenil), Cainã Guimarães e Giuliana Morgen (júnior); e Gustavo Xavier e Marcela Lima (sub-23).
Fotos: Alemão Silva
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